Cyberster GT regressa às origens da MG com 510 cv eléctricos

Depois da Tesla ter prometido um roadster alimentado a eletrões que nunca mais chega, a MG Motor antecipou-se com um descapotável que combina estética, emoção e tecnologia elétricas. 

A origem do Cyberster GT pode ser chinesa, é certo (mas concebida nos estúdios londrinos do grupo SAIC), mas nada fica a dever aos modelos de outrora da marca britânica, logo patente nos 510 cv passados às quatro rodas. 

A definir as linhas musculadas está um capô longo, laterais bem esculpidas "suportadas" por jantes raiadas de 20 polegadas, e uma traseira curta com um difusor nada discreto a realçar uma postura de raça na estrada. 

Se este impacto visual não for suficiente, apela-se então à abertura das portas na vertical, um truque pleno de sucesso que apenas está reservado aos super carros mais exclusivos. 

Quatro ecrãs para distrair

O delírio visual prossegue a bordo com o posto do condutor a ser dominado por um largo ecrã encurvado a juntar três visores, com o central de 10,25 polegadas a exibir os principais dados da condução. 

Os ecrãs laterais de sete polegadas agrupam à esquerda a navegação e o sistema áudio, e à direita informações relativas ao consumo e à capacidade da bateria; um quarto visor na consola central controla o sistema de climatização. 

Se esta disposição é atraente e bastante original, exige algum tempo para navegar entre os menus dos quatro ecrãs, e de preferência com o carro parado para evitar distracções. 

Felizmente, depressa se percebe que os acessos às principais funções até são bastante intuitivos e não apresentam problemas de maior.

Como roadster que é, apresenta bancos desportivos bem desenhados para o melhor conforto, revestidos em microfibra e pele sintética pintadas a preto e vermelho. 

Não tem a sofisticação das marcas premium mas percebe-se a atenção dada para conseguir montagens firmes e acabamentos de qualidade. 

Vale ainda a pena destacar que a capota eléctrica abre e fecha em dez segundos a uma velocidade máxima de 50 km/hora, e os 249 litros do porta-bagagens são suficientes para levar o que é preciso para um fim de semana. 

Veloz a chegar aos 100 km/h

E como é que o Aquela Máquina se emociona neste MG Cyberster às primeiras acelerações? Quase como um piloto de corridas mas de cabelos ao vento! 

A fazer virar muitas cabeças estão as linhas dinâmicas que exibe nos pouco mais de 4,5 metros que tem de comprimento, contrastados por uma altura com apenas 1,33 metros. 

Os 510 cv passados às quatro rodas fazem deste GT um verdadeiro foguete, mas não isento de alguns calafrios numa estrada nacional mais apertada devido aos 2,10 metros de largura com os retrovisores laterais abertos.

Nem sequer é preciso escolher o modo Sport para se perceber como a condução é exigente quando se quer tirar o maior partido da potência dos dois motores eléctricos.

O "medo" está no botão vermelho Super Sport do lado direito do volante: um pequeno toque e quase se fica colado ao banco face aos 3,2 segundos que demora dos zero aos 100 km/hora, ao nível dos super desportivos mais poderosos. 

A velocidade máxima está tabelada nos 200 km/hora mas nem é preciso bater nessa marca. Mais divertido é apreciar a maneira como se comporta no asfalto, de preferência numa via com poucas rectas. 

Mesmo a pesar 2.000 quilos, o equilíbrio das massas é de bom nível e o poder de travagem muito efectivo, bem auxiliada pelos três níveis de regeneração de energia, mas contrastada por uma suspensão a que se pede mais firmeza. 

Deixando de lado as pretensões desportivas, o roadster é suave e silencioso num uso quotidiano com a capota fechada, e mesmo com ela aberta e os vidros levantados, a conversa com o acompanhante não é nenhum desafio. 

Vale a pena destacar que ela abre e fecha em dez segundos a uma velocidade máxima de 50 km/hora, enquanto os 249 litros do porta-bagagens são suficientes para levar o que é preciso para um fim de semana longe de casa. 

Consumos em conta

Notável num carro deste calibre são os consumos, a variarem entre os 12 kWh na cidade e os 19 kWh na auto-estrada aos 120 km/hora legais; ultrapassar os 20 kWh/100 km de média, só mesmo numa condução contínua a alta velocidade.

Tal significa que, nos 443 quilómetros de autonomia combinada que proporciona a bateria NMC de 77 kWh brutos, é possível conseguir trajetos de 300 quilómetros entre recargas sem problemas de maior. 

Menos positivo são os 38 minutos que demora a carregar o acumulador de dez a 80% da sua capacidade num posto rápido a uns máximos 144 kW DC. 

Sim, a espera é longa mas vale a pena para voltar à estrada para mais uns quilómetros de puro gozo ao volante como se este carro fosse um verdadeiro brinquedo… 

… Brinquedo esse que é uma verdadeira surpresa no preço: quase sem opcionais para personalizá-lo a gosto, o preço de partida arranca nos 71.497 euros, com a escolha da cor da pintura exterior e dos estofos a elevá-lo até aos 73.247 euros. 

Já segue o Aquela Máquina no Instagram?

Em destaque